Para ela, o céu é um suspiro inalcançável hoje;
Da sua boca saem palavras nervosas, mas ela não se escuta realmente nervosa. Dentro dela, algo lhe diz que não com quem devia demonstrar o quanto estava. Por que de algum modo, entende.
E entende-lo para ela é o pior, pois não se acha máquina para ser testada, apesar de tudo. Ou é um suspirar ao mesmo tempo ou não é. Pode confessar mil coisas e acabar virando o pássaro com as asas cortadas. Mas então confessa que entende aquele garotinho adolescente com o cabelo que cai e os olhos brilhantes, artista e errante de si mesmo.
Se alguém sabe falar dele não existe pessoa melhor do que ela que o estuda todos os dias. Pensa todos os momentos, quando não está ou quando está em sua companhia, mesmo não admitindo de maneira alguma este fato, mas está. Cortando talvez e gritando a força dos pensamentos e as lágrimas sempre interiores.
E talvez se travasse uma luta contra o tempo, talvez até uma luta contra si mesma, talvez nesta eterna luta, o sentiria bem, quando chorasse em sua frente. Talvez se desamarrasse seus pulsos ou derramasse seus versos, enfim, poderiam alcançar o céu de suspiro.
Mas é como ele e com muito menos tempo o peso de tudo a deixa aqui, exigindo reações lógicas, mesmo que não seja as que acreditam de fato ser as melhores para ela mesma e sim para proporcionar sorrisos. Em outro extremo, o que lhe cativa e o que lhe toca é sempre mais difícil, pois afinal é difícil uma postura. Acaba ou apenas continua, na facilidade de ser dócil com quem não tem resquícios de sangue salpicado na alma. Por isso, com tudo, entende e por entender mais ainda quer entendimento, e melhor seria se não entendesse? Não.
Em seus olhos uma luz recheia a íris, saboreando o mesmo tom que pretende para o resto do que vê: unificação. E ficou para trás, uma infância de poemas na parede, em contra tempo de adolescência, agradece tê-la vivido e pretende desfazer-se de orgulho, quanto a ele, mas nunca irá se depender de seus próprios nós atados ou daquela infantaria de inseguranças dele. Nada se faz sozinho, percebe meio atribulada, voltando a voltar para o mesmo ponto. É contra evolução de Freud. E já sobre Freud, definitivamente, já não quer ouvir falar, mas o agradece. Agora apenas precisa ouvir o suspiro, o real, o verdadeiro, aquilo que nos faz passar de fase, mesmo cheio de cortes. Até tanto tempo, acreditara no amor atado ao espírito, mesmo que a mente humana faça mil estripulias, o filtro é o respeito pelas reais vontades e este não acaba, por ser verdadeiro. E aprofundar-se em pensamentos e preocupações mais uma vez não filtrou todos aquelas vontades, pensamentos ou seu próprio silêncio que tanto ele reclamava. Em pleno passo, gradativamente foi limpando a mente, deixando cada sentimento e até ele e todas os poentes psicológicos infantis do próprio em algum lugar já longe, do outro quarterão. Sentiu-se mais leve, o bastante para enfim, suspirar. Afinal, o céu é um inalcançável suspiro hoje.