A cigarra, um inseto de asas grandes, transparentes e com nervuras bastante salientes, possui três ocelos (órgãos visuais de alguns animais inferiores) no alto da cabeça. O macho, quando canta, produz um só estridente, não só por meio de fricção - como acontece com os grilos e gafanhotos -, mas servindo-se de um aparelho especial situado na face ventral da base do abdome. Duas cavidades dotadas de membranas distendidas funcionam como os timbales (espécie de tambor metálico de forma hemisférica), que vibram em conseqüência de contração brusca dos músculos. Cada espécie tem um canto peculiar, sendo que algumas das maiores fazem um barulho infernal, mormente nos dias de excessivo calor.
De modo geral, a cigarra é tida como extremamente nociva à agricultura e aos vegetais, tanto que muitos produtores, principalmente os de café, fazem questão de ressaltar que seu único lado positivo é o de servir de alimento a predadores. Acontece que ela, enquanto ninfa, às vezes leva vários anos para completar sua metamorfose, como no caso da cigarra-de-dezessete-anos, espécie encontrada
nos Estados Unidos e que demora esse tempo todo para atingir a fase adulta. Considerado o inseto de vida mais longa que se conhece, ela se esconde embaixo da terra durante quase duas décadas, sugando as raízes das plantas para se alimentar, e é justamente para poder abrir um caminho subterrâneo ao longo destas, que as larvas de sua espécie têm as patas anteriores providas de curiosas cavadeiras. Findo esse prazo, elas finalmente emergem, fincam as unhas na casca da árvore de cuja seiva se alimentaram, e saem da pele, a qual se fende nas costas e permanece intacta, representando perfeitamente o corpo do inseto.
O termo cigarra é a designação comum dada aos insetos de uma família (cicacídeos) pertencente à classe dos homópteros, que reúne a cochonilha, o pulgão, a jequitiranabóia e outros mais. Existem no mundo mais de 1500 espécies de cigarra, a maioria delas vivendo nos trópicos ou na bacia do Mediterrâneo. São facilmente reconhecidas não só pelo seu tamanho grande, que varia entre 15 e 65 milímetros de comprimento, mas também graças à cantoria entoada pelos machos para atrair as fêmeas da espécie, principalmente no período quente do ano. Embora esse som seja emitido durante o dia inteiro, se torna mais evidente ao entardecer e amanhecer, e menos intenso nas horas em que o calor aumenta.
O ciclo de vida da cigarra obedece a um roteiro que praticamente tem início quando as fêmeas adultas são fecundadas pelos machos durante o período em que eles estão em grande agitação, promovendo sua intensa cantoria. Logo após a postura elas morrem, deixando os ovos depositados nos ramos e folhas das árvores, e quando estes eclodem, as ninfas descem e se enterram no chão, aonde, dependendo da espécie, permanecem de 4 a 17 anos, sobrevivendo graças à seiva sugada das raízes. Depois desse período elas cavam túneis, abandonam o solo, sobem nas árvores e aí sofrem uma metamorfose denominada ecdise, ou muda, tornando-se adultas e prontas para o acasalamento que ocorre no Brasil na época da primavera, entre setembro e novembro, quando várias espécies se entregam à derradeira tarefa, que é a da reprodução.
Entre os insetos as cigarras são as únicas que produzem o som estridente que todos conhecem. Algumas das espécies maiores conseguem atingir os 120 decibéis com facilidade, enquanto outras menores realizam a proeza de alcançar uma sonoridade tão aguda que seu canto simplesmente não é percebido pelo ouvido humano, embora cachorros e outros animais possam chegar a uivar de dor por causa dele. O mecanismo usado pelas cigarras é complexo: os timbais (de timbales) são um par de membranas localizadas no abdome, que se contraem e relaxam em conseqüência da contração e descontração muscular, originando o som que por sua vez é amplificado por bolsinhas de ar O que os cientistas não conseguiram entender até ho-je, é como esse mecanismo produz um barulho tão estridente.
E bota estridente nisso! Porque até mesmo as cigarras se protegem contra o volume intenso de seu próprio canto. Tanto o macho como a fêmea dessa espécie de insetos possuem um par de grandes membranas que funcionam como orelhas. Elas são os tímpanos, conectados ao órgão auditivo por um pequeno tendão que reage quando o macho canta, dobrando-os para que o som alto não lhes provoque danos. O que pouca gente sabe é que esse canto agudo e penetrante tem dupla utilidade: além de atrair uma parceira, ele mantém os pássaros distantes, pois além de ser doloroso ao ouvido sensível das aves, também interfere em sua comunicação, dificultando a caça em grupo.'' - A seguir, aprenda como fazer um origami de cigarras! Garanto que ninguém vai saber que é uma =s | | | |
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